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A mostrar mensagens de novembro, 2020

Mensagem de longe

  Cerras os teus olhos ao lembrar o caminho que já fizeste.   Eu não te menti!   Tudo em mim era amor, mas tudo era também futuro e mais forte ainda a vontade de vencer e de ser alguém…   Eu não te menti! As lágrimas que teimam em cair ardem no rosto e lembras como foi dura a entrega de tantos anos perdidos…   Mas eu não te menti!   Tu eras quem eu amava quem eu queria quem deixei que me esperasse, por tanto tempo quando parecia longe.   Eu não te menti, mas não te guardei comigo!   Tudo em mim era ilusão de ter e de ser maior… Anos em que a vida me engoliu na ilusão do poder.   Mas não te menti, apenas não sabia que não era a ti que mentia. Mentia a mim sem saber.   Cerras os teus olhos tristes, fechada no pensamento e deixas que o leve o vento até onde estou agora, prisioneiro da saudade, desse amor experimentado que eu não soube compreender.   É então que o sentimento, na perfeita sintonia se perdoa e se renova.   Sublime a dor que nos salva, doce arrepio da alma, dádiva que vem do

Desapego

  Estranho desapego experimento. Estranha é a calma que me invade. Serena sensatez sem fundamento, da paz que vem agora, quando é tarde.   Eu tive o teu amor, mas certamente os sonhos que eu sonhei não eram meus. Vivia no teu mundo aparente onde te adulava como a um deus   Mil dias vi nascer à tua espera. Mil noites vi chegar sem que viesses. Ciladas da ilusão, duma quimera que cedo me agarrou sem que o quisesse.   Eu fiz versos pra ti sem tu saberes. Palavras te escrevi que tu não leste. Segredos que guardei, como deveres desse amor pecado que me deste.   Agora que o fim está iminente já nada mais fará que volte atrás e os sonhos que sonhei intensamente pra mim já pouco importam, tu verás!   Estranhas a indiferença que aparento depois dos muitos anos que te amei? estranhas, mas não sabes o que lamento de ver aquilo em que me transformei.  
                                                                                Que somos nós afinal? Capítulo 27 Alienação   És a medonha trivialidade. Da vida retiraste a profundez Gastas o tempo, estranhas a lucidez que insiste em procurar-te a toda a hora   Tens medo do silêncio e da magia do eu e pouca ou nenhuma sensatez. Envolves-te no ruído, dos templos de perdição.   Enganas o coração na luxúria dos panos em que te envolves. Acorda enquanto podes, olha em redor: percebe que é breve a vida e sem sabor, enquanto insistires nesse louco acontecer.
                                                                                     Que somos nós afinal? Capítulo 26   Um novo começo     Errar é humano e faz parte do percurso de vida de todos nós. Quem nunca errou que atire a primeira pedra! Errar é, no entanto, uma oportunidade de acerto: só erra quem tenta. Quem se acomoda, só aparentemente não erra. Por si só a passividade é um erro que não permite evoluir como seria desejável. Se perfeitos fossemos por certo estaríamos num outro plano, ou seríamos um desses seres iluminados que periodicamente vêm à terra. O erro é o grande mestre que sempre avisa e ensina! E como a vida não é uma fórmula exata, precisamos criar a nossa própria fórmula, adequada aos desafios que precisamos ultrapassar, aproveitando as dificuldades para a melhorar   e adaptar às nossas necessidades de aprimoramento. O ser humano que erra e toma consciência do erro, corrigindo o trajeto, mostra que está no mundo para evoluir espiritualmente.
                                                                                     Que somos nós afinal? Capítulo 25   Perceber a morte     Nós que temos explicações para quase tudo! Que nos achamos, como seres deste século, perfeitamente preparados para todos os eventos da vida, com conceitos (embora teóricos) muito definidos e determinados. Só sabemos que nada sabemos do fenómeno Morte.   Afinal o que é a morte? Um fim, um novo começo? Na realidade ninguém sabe! Podemos deduzir muitas coisas de acordo com a nossa religiosidade ou o nosso intelecto, mas apenas deduzir. Sabemos apenas, que a morte é sempre o fim de qualquer coisa! De preferência, que tenha sido de algo que tenha valido a pena. Que não tenha sido o terminar de uma vida desperdiçada na ilusão de um controle que nunca temos. Hoje, vivos ainda, façamos o exercício da visitação da morte. Que lhe diríamos se ela chegasse de surpresa? Estaríamos prontos para seguir na incerteza? Teríamos medo
   Que somos nós afinal? Capítulo 24 “Memento morri”   “Lembra-te que morrerás”   Há premissas que perturbam e nos fazem refletir sobre o real sentido da vida. Algumas perdem-se no tempo e na memória, mas continuam tão atuais, como atual é a vida e a morte. Em todas as épocas, pensadores se debruçam sobre os temas mais difíceis ao entendimento humano, com a missão de acordar as consciências para o modo de viver inconsequente a que o ser humano constantemente se entrega. E um dia chegará em que teremos que fazer o balanço do que foram os nossos dias na terra. Apenas duas colunas, deve e haver, serão suficientes para abalizarmos como está a nossa contabilidade espiritual. É preciso pois, uma contabilidade organizada, com todos os impostos pagos e as obrigações em dia. No séc. XXI muitos de nós vivem como se a morte não existisse. Como se o progresso que o ser humano alcançou tivesse eliminado a morte do seu destino. Daí que muitos vivam irresponsavelmente, usufruind
                                                                                      Que somos nós afinal? Capítulo 23     Processando o egoísmo     O comportamento humano estrutura-se e desenvolve-se em três pilares fundamentais: a genética, a educação e a influência que recebe o seu inconsciente social e coletivo. Os três são importantes para o desenvolvimento intelectual e emocional, pelo que falhando ou sendo insuficiente qualquer um desses pilares, a pessoa corre o risco de desestruturação e erro. Nesta combinação, temos como resultado a personalidade, que pode ser melhor ou pior de acordo com a salubridade destes três fatores. A genética por si só não se educa, a educação sem as condições genéticas adequadas também não tem sucesso e por fim a influência boa ou má do meio envolvente depende da boa estruturação das duas condicionantes anteriores.   No estudo do comportamento humano, duas personalidades se destacaram: Freud e Jung. Freud separava o funcionamento d