Que somos nós afinal?

Capítulo 16

 

Carma de solidão 



Caminhas pela vida, sozinho, carente, doente, num desespero que não sabes como ultrapassar.

Consegues disfarçar a dor com o sorriso que ofereces a quem te pergunta como vais.

Constatas dolorosamente, que ninguém te ama, nem por ti têm afeto e cais numa melancolia e pensamentos tenebrosos.

Tu também sonhaste com um lar feliz, uma família amorosa e filhos ditosos, mas vês-te agora só e embrulhado numa tristeza de que pareces não saber a causa.

Quantas vezes, pensas acabar com a própria vida, julgando erradamente que todo o sofrimento terminará então.

Se tu soubesses o que espera aqueles que fogem por essa porta, jamais aceitarias que esses pensamentos te dominassem.

Sofres com tudo isso e achas que nada mais vale a pena.

Porque só te vês a ti!

Ignoras o que se passa com aqueles com quem te cruzas, que aos teus olhos são felizes e tem sucesso, porque sabem esconder melhor que tu o que os aflige, através duma aparência sorridente.

Também eles sofrem, tem necessidades, diferentes das tuas por certo, mas não menos aflitivas.

Se pudesses conhecer outras realidades perceberias, como esses invejam os teus problemas que comparativamente são menores, acredita!

A vida na terra não é fácil para ninguém.

Todos viemos para ultrapassar a nossa imaturidade espiritual, por isso estamos neste planeta de provas e experiências necessárias à nossa educação.

Não esmoreças, porque esse é o teu carma de solidão.

Faz uma avaliação entre todas as coisas que te tocaram em sorte e muda a tua atitude mental.

Só dessa forma e pelo que possas fazer pelo teu semelhante, despertará em ti a esperança de que estás carente.

Pela Lei de Deus o que te falta agora, porventura já terás desprezado.

O amor duma família, talvez não tenha sido cuidado por ti devidamente, perdendo por isso o amparo que desejarias agora.

O amor não é um direito, nem se ama por obrigação!

Amar é cuidar e por certo não o cuidaste quando o amor passou por ti.

Esse sofrimento que transportas agora é o reconhecimento das tuas falhas passadas, de que a tua consciência espiritual tem registos.

Essa assunção inconsciente de culpa obriga a que te escondas na tristeza e na solidão, pensando que assim expias os erros passados.

E provavelmente, aqueles a quem magoaste ainda recordam o sofrimento causado por ti e em pensamento chegam a ti e te afligem.

Reage sem apegos, sem dolorosos ressentimentos, trabalha a favor do bem e do semelhante e verás as melhorias que o teu ânimo experimenta.

Ama sem mágoas e sem cobranças e serve sem esperar nada em troca.

O que começares a fazer agora, estarás a fazê-lo por ti indubitavelmente e te libertará quase sem o perceberes das culpas que acumulaste.

Tantas são as formas de mudares a rota do teu destino!

Pensa nos que te rodeiam e solidariamente estende a mão àqueles que pressintas em sofrimento.

Mesmo que pequenos sejam os teus gestos, poderão ser a diferença na vida de muitas pessoas, que como tu se isolam na dor, até serem consumidas por ela.

Trabalha a tua fé porque que o mundo ainda tem coisas boas para te dar, muitas vezes através do teu semelhante, a quem até agora não prestaste muita atenção.

Também tu és filho amado de Deus, embora por vezes duvides da Sua existência.

Confia apenas que ninguém está sozinho e quando te deres aos outros com amor desinteressado, perceberás como floresce em ti esse amor de Deus que apenas está adormecido...

 

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