Que somos nós afinal?

Capítulo 14

Prostituir a essência  

Respeita a tua essência,

sonha os teus sonhos

e partilha com quem amas

as tuas descobertas

 

[Gênesis 1.26-31] Então disse Deus: - Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou e lhes disse: - Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra!

 

Sendo o corpo pertença de cada um, cada um faz dele o que bem entende.

Não esquecer, porém que o que se faz ao corpo faz-se à mente, à alma, ao espírito, no fundo à nossa essência que é aquilo que somos, independentemente da designação escolhida.

Quando aviltamos o corpo, aviltamos sem dúvida a essência que nos coloca acima dos animais irracionais.

Vive-se num tempo em que se quer experienciar exaustivamente os prazeres sensoriais, usando para tal tudo o que possa potenciar os sentidos. 

Já quase não se pondera a diversão sem a presença do álcool, da droga, do tabaco, de medicamentos e cedo ou tarde esses maus tratos ao corpo virão como danos maiores à mente.

Pese embora, a progressão do ser humano que já se aprimorou relativamente ao tempo em que matava para sobreviver, ainda está bem longe daquilo que seria razoável nos tempos atuais.

Avilta-se o corpo de variadas formas: na entrega por compensação económica; quando consome substâncias que potenciam sensações, inibições, alienações.

Maltrata, fragiliza quando não respeita as necessidades de descanso, de higiene; quando por questões estéticas vai a sacrifícios desumanos, alimentação deficiente, uso de substâncias químicas para atingir a suposta perfeição.

Duvido que não haja um rasgo de consciência a alertar para as consequências futuras, quando nos maltratamos voluntariamente e tenho a certeza de que todos os excessos irão aparecer mais tarde sobre a forma de transtornos emocionais e ou mentais.

Com todas as reticências do meu pensamento, acredito que somos um espírito que ocupa um corpo de forma temporária.

Quando esse espírito atinge a compreensão da sua essência imaterial e que a passagem pela terra é uma oportunidade de evolução moral, o nosso sentido de responsabilidade aumenta nos cuidados com o corpo e por inerência a alma.

Pese embora, essa matéria que somos feitos, nos proporcionar, o poder sobre as coisas, a seu tempo se transformará em pó da terra.

Ao contrário, a alma permanecerá com todas as memórias boas ou más com que nos auto infligimos.

Se nisso houver dúvidas, basta que se observem as civilizações passadas, de que restaram no máximo, alguns poucos vestígios.

Os sinais civilizacionais foram-se desgastando pelo tempo, independentemente da grandeza material.

Até a mensagem, fundamento da sua criação é interpretada conforme os interesse e oscilações humanas.

Tudo é efémero e passageiro, menos o espírito que prevalece, na eterna caminhada da evolução.

Porque o corpo é a casa onde vivemos enquanto pessoas, maltratar essa casa é prostituir quem somos.

E nós somos, a soma de todos os sentidos, que entram na equação do nosso bem-estar e da nossa sanidade mental.

Respeitar o nosso corpo é respeitar a nossa essência e essa é a parte mais importante de nós.


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