Que somos nós afinal?
Capítulo 20
“Há uma alquimia interna no íntimo de cada ser humano que, misteriosamente, mescla sentimentos com impulsos para a vida. O amor participa da alquimia da vida, como o tempero de Deus, para que ela seja degustada” C. G. Jung
Amor, inegável amor, que cobre
a multidão dos pecados!
Só ele ampara o mundo na
imensidão dos mares de egoísmo, orgulho, soberba que cada vez mais enfermam o
planeta.
Só ele impede o fim da
civilização: o amor de Deus e o amor que apesar de tudo ainda está no íntimo de
cada ser.
Por muito que nos enganemos de
que somos independentes de emoções, as quais entendemos como fragilidades,
ninguém vive sem amor, porque sem o amor enfraquecemos e morremos.
Nem sempre fortes, nem sempre fracos,
sejamos conscientes e se possível gratos pelo poder do amor em nós, pela persistência
e permanência com que humildemente está ao
serviço do ser humano.
Nem sempre compreendido, muitas
vezes deturpado, banalizado, o amor está para ser apreendido, para ser
absorvido, para ser amado.
Levianamente o maltratamos ao
torná-lo passageiro, extremo, radical.
Quando define as coisas e as pessoas
do mesmo modo: amamos, adoramos uma roupa, um restaurante, um amigo; amamos
hoje, odiamos amanhã.
Ignorantes, inconsequentes,
irresponsáveis os que assim usam a palavra amor.
O carrossel da vida leva-nos
rodando por tudo, não assimilando por vezes o que deveríamos. Apanhamos no ar
as ideias, tornamo-las nossas, sem atender ao seu significado e à sua
coerência, neste mundo ruidoso, fútil e fácil, onde não nos queremos
concentrar.
Necessário parar para resgatar
o valor das palavras. Necessário sermos responsáveis pelo que sai da nossa boca:
“Pois a boca fala do que está cheio o coração.” Mateus 12:34
Tão poucos são, os que têm o
privilégio de reconhecer o verdadeiro amor.
Matemática divina: pois, se
dividido se multiplica, se enriquece quando repartido e agiganta-se pela
doação.
Foi o amor do Pai que gerou o
universo.
É ele, o amor, o elixir da vida,
a respiração de que a alma precisa para triunfar sobre as vicissitudes.
Genuíno, altruísta, permanente,
o amor pelo amor, reúne as almas, fortalece o todo.
Quando verdadeiro, o amor
construído, segue as etapas de desenvolvimento desde o amor infantil ao amor
adulto, tranquilo, consciente e bondoso.
Permanece libertador,
confiante, indestrutível.
Não se dececiona, porque não
possui. Não está no que recebe, mas no que doa, não no que exige, mas no que
oferece.
Está em harmonia com os ritmos
do Universo, em comunhão com as fontes da Vida.
Espontâneo, irradia-se,
contagia e floresce.
Poderoso e radiante!
Reúne as almas, fortalece o
todo, incessantemente como um perfume que fica suavemente em cada um que toca.
Não se apega, nem sente falta,
apenas confia porque vive no íntimo do ser e nada externo o pode afetar.
Deus, deu-nos o amor na beleza do nascer e do pôr-do-sol.
E com amor fez o dia, a noite, os pássaros do céu
e os peixes do mar.
Fez a brisa serena e o vento forte, fez a
tempestade.
Deu-nos o tempo e o pensamento.
Do amor são todas as alegrias.
E as tristezas são do amor também!
De todas as armas do mundo a mais poderosa é o
amor.
Quando não
sincero, o amor se enfraquece, se desvanece. Sobrevive o medo, a frustração e
torna-se enfermo, de baixa energia, angústia
e incerteza, sobressaltado pelo vazio recorrente.
O amor é o princípio, o meio e
o fim!
Tudo é amor e o amor é tudo!
Khalil Gibran, 1883-1931, da sua obra O Profeta sobre o amor:
“No amor, fiquem juntos, mas
não tão juntos, pois os pilares do templo ficam bastante afastados e o carvalho
e o cipreste não crescem um na sombra do outro.”
“A vida pode ser de fato,
escuridão se não houver vontade, mas a vontade é cega se não houver sabedoria,
a sabedoria é vã se não houver trabalho e o trabalho é vazio se não houver amor.”
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